O “Takt Time” corresponde ao ritmo de produção necessário para atender a demanda (a palavra alemã takt corresponde ao ritmo musical), ou seja, o tempo de produção que têm-se disponível pelo número de unidades a serem produzidas em função da demanda. Taiichi Ohno define o Takt Time como “o resultado da divisão do tempo diário de operação pelo número de peças requeridas por dia” (ALVAREZ E ANTUNES JR, 2001).
Para
exemplificar, devemos supor um determinado produto a ser produzido em um tempo
disponível de produção (tempo disponível = tempo total – paradas programadas),
ou seja, temos 480 minutos de tempo disponível para produzirmos 300 unidades
diárias (conforme demanda programada); o takt time será o
tempo obtido pela divisão de 480 minutos pelo número de 300 unidades, que corresponde
a 1,6 minuto para cada unidade produzida (a cada 1,6 minuto deve-se ter um
produto acabado ao final do processo). É importante, sempre que se pensar em
takt time, considerar a capacidade de produção.
O “Tempo
de Ciclo” é o tempo necessário para a execução de uma peça, ou seja, o tempo
transcorrido entre a repetição do início ao fim da operação.
É
necessário considerar que cada posto de trabalho ou cada máquina possuem tempos
de operação diferentes; uma máquina pode demorar 2 minutos para executar uma
peça, ao passo que a máquina seguinte pode demorar 3 minutos e a seguinte
demorar apenas 1 minuto. Então, o tempo de ciclo não é a somatória dos tempos e
nem os tempos de forma individual; o tempo de ciclo será o tempo de execução da
operação ou operações no posto de trabalho ou na máquina que forem mais lentos.
No sistema de produção OPT são conhecidos como “recurso gargalo” e “recurso não
gargalo”.
Desta
forma, o tempo de ciclo é um fator limitante para o takt time, ou seja, o tempo
de ciclo é determinado pelo recurso gargalo e não pelo ritmo da linha em função
do tempo disponível e da demanda diária. Assim sendo, podemos dizer que o tempo
da linha será sempre limitado pela capacidade (tempo de ciclo) ou pela demanda
(takt time).
Para o
estudo de caso deste projeto, o sistema de produção OPT requer o menor tempo de
ciclo possível para que possa atingir a demanda diária exigida em função da
previsão de faturamento e em função de atendimento ao Cliente (redução de lead
time), cabendo aqui estudos para redução do tempo de ciclo dos recursos
gargalo através da realização de melhorias em equipamentos e produtos
(projetos Kaizen).
O Takt
Time tem estreita relação com a Qualidade, pois as instruções de trabalho são
elaboradas de tal forma que compreenda a solução imediata de defeitos que
ocorram em processo. Caso o tempo de conserto seja superior ao Takt Time, o
produto é retirado da linha e retrabalhado ou verificado em um posto “scrap”. Esteas
rupturas necessitam ser estudadas para serem melhoradas (ou minimizadas) a fim
de criar um fluxo homogêneo e contínuo de fabricação.
Em certas
situações, utiliza-se o Andon (sinalizador luminoso) associado a um
temporizador para indicar o ritmo dos processos. O Andon tem como finalidade,
além de informar problemas em processo como paradas de máquina, também indicar
quando o processo está atrasado em relação ao Takt Time. Pode-se também
utilizar um sinalizador sonoro para indicar o tempo de ciclo das operações,
facilitando assim o controle do ritmo pelo operador. Atuei em uma empresa
eletro-eletrônica onde haviam sinalizadores sonoros para controlar o takt time;
a cada determinado tempo de ciclo, um sinal sonoro ocorria no começo da linha
de montagem para indicar o tempo de início e fim de ciclo. O próprio operador
controlava, portanto, o seu ritmo de trabalho dentro do takt time (sistema de
produção seriada, sistema one piece flow).
Pode-se
também utilizar painéis de gestão visual, entre outros indicadores de Takt Time
em função das peças a serem fabricadas, das etapas da produção e até mesmo dos
equipamentos utilizados.
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Fonte: http://sandrocan.wordpress.com/2009/06/02/takt-time-e-tempo-de-ciclo/
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